13.1.16

Lenin grade

Para quem, como eu, tem pouco espaço em casa, mas aprecia toques decorativos ocasionais, o bibelô não constitui objecto de desejo. Elementos estilizados pelas paredes substituem-se à parafernália de prateleira. Em nome de uma económica harmonia, o minimalismo erradica eventuais sinais de mundividência. É uma filosofia que só um busto de Lenine consegue vergar. Porque um busto de Lenine é convidado a entrar na habitação mais renitente. É capaz de penetrar a sensibilidade mais céptica e de seduzir o mais espartano dos estetas. Um busto de Lenine não se limita a poisar. Traz um pouco de revolução para o escritório, a sala, ou até a cama, se optarmos pela mesinha de cabeceira. E basta um busto de Lenine para pôr travão ao imperialismo decorativo. Porque é intenso, porque é imponente e porque é um matacão que ocupa meia estante enquanto assusta a vizinhança. Quero.

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